Querido Diário #57

Sabe, querido, tenho evitado falar sobre mim. Como assim tenho evitado se só falo de mim? Ora, falar de mim. MIMMM. Entendeu? Algo além desse show de horrores que virou esta quarentena.

Claro que tudo isso tem me afetado em vários níveis, de várias formas, de todos os ângulos. Tenho sonhado com um monte de gente que eu nem lembrava mais. Se meu inconsciente tentou me dar uma sabotada achando que eu teria saudade de alguém, se enganou. Acordaí com esse pepino… lembra de Fulano, Cicrano e Beltrano? Pois é, lembrei, mas nobody cares. E pelo visto é recíproco. Mas, quem precisa de um inconsciente sabotador, se conscientemente resolvi ler textos antigos, que serviram de gatilhos para algumas coisas que eu havia enterrado? Achou essa palavra pesada? ENTERRADO. Não é uma pagininha virada, né, gato? É alguma porra de algum sentimento fudido, que, provavelmente me trouxe sensação de MORTE. Morte lenta e horrível. Ok, provavelmente enterrei vivo o desgraçado que quebrou meu coração.

Esse meu vocabulário dramático vem de duas alternativas: drama, simplesmente. Ou uma coleção de filmes e séries criminais. Em minha defesa, tudo isso é metafórico, ok?

Eu tinha o hábito de escrever e postar o link de alguma música. Não, eu não estuprava os ouvidos de ninguém quando entravam nos meus textos. Era opcional. Aliás, que fique registrado nos autos que entrar em stories com música, se não é você tocando… Nop. Não entro no clima. Tá, mas isso tudo é pra dizer que além de ouvir aquelas músicas, eu também salvei na minha playlist.

Ora, ora, ora. Que semana CU.

Não tenho um pingo de classe.

Nem de juízo. Nem de autoestima. Nem de bom senso. Ah, mas foda-se. Se este texto sobreviver na internet por algumas centenas de anos, entenda que a ignorância foi o que nos matou. Não foi esse pequeno vírus inocente. Para se proteger dele, era só ficar em casa. Mas, para a ignorância, nem Jesus escapou dela, né? Quem sou eu na fila do pão, mermão?

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